Os embarques rodoviários de Macapá, no Amapá, podem ter os preços de passagens de ônibus mais caros do Brasil, se a prefeitura da cidade perder ação judicial movida pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amapá (Setap). Segundo o órgão que representa as auto viações em circulação no município, o valor das passagens deve ficar 30% mais caro. Isso porque o setor está passado por dificuldades financeiras e não está conseguindo arcar com os custos de operação do sistema. Se a reajuste vigorar, o bilhete rodoviário comercializado por R$ 2,10 vai para R$ 2,75. A queixa feita pelo Setap diz que essa já é a quinta vez em que as empresas se reúnem para brigar pelo aumento. Segundo o sindicado, faz mais de 10 anos que a prefeitura não aprova um reajuste gradual no preço das passagens, levando em consideração o que está sendo gasto pelas companhias rodoviárias. Além de tudo, também está sendo feito o pedido da redução de tributos para a aquisição de óleo diesel, à Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá (CTMac).
Enquanto o valor tarifário não é decidido, a sugestão da Setap é aumentar a passagem para R$ 2,50 na tentativa de minimizar os custos gerados com funcionários e com o combustível. A CTMac já se mostrou desfavorável ao pedido de aumento dos bilhetes. Segundo a diretora da instituição, o valor cobrado atualmente nas catracas já é compatível com a quantidade de ônibus e a qualidade oferecida pelo serviço. A frota que transporta a população atualmente é composta por 190 veículos. Ainda segundo a direção da CTMac, só no último ano, o setor registrou aumento de 1 milhão de passageiros e viu os impostos federais, estaduais e municipais caírem. Em contrapartida, o Ministério Público está investigando um esquema envolvendo diretores do sindicato e uma perita da Justiça que teriam fraudado em 2007 as planilhas de custos repassadas para a prefeitura de Macapá. As investigações apontam um acordo entre a perita e a direção do sindicato, a fim de aprovar todos os pedidos, sendo que o parecer autorizando o aumento foi elaborado pelo próprio Setap, com a inclusão de gastos inexistentes.